Uma das mais belas e famosas chuvas de meteoros do ano, Eta Aquaridas, atingirá o pico entre hoje (5) e sexta-feira (6). Ela já foi observada no céu brasileiro nos últimos dias, mas esta manhã será mais intensa, gerando até 50 estrelas cadentes por hora.
O que é especial nessa chuva é sua composição. Os fenômenos luminosos são produzidos por pedaços de cauda do famoso Cometa Halleys, que nos visitou pela última vez há 35 anos, em 1986, e não retornará até 2061, entrando em nossa atmosfera.
A O sobrevoo dos meteoros geralmente é rápido e deixa rastros muito brilhantes no céu noturno. Alguns deles até parecem explodir. O ponto para onde convergem é a constelação de Aquário (daí o nome), que é mais visível no hemisfério sul – daí o nosso país ser privilegiado na observação.
Estação de monitoramento na cidade de Monte Castelo ( SC ) , registrou cerca de 300 meteoros na noite passada. O céu aqui estava muito claro, quase sem nuvens, o que favorecia a observação.
Os da Eta Aquáridas começaram a aparecer por volta das 3h, diz o proprietário Jocimar Justino, astrônomo amador e membro da Rede Brasileira de Monitoramento de Meteoros (Bramon).
Como Observar?
Como todas as chuvas de meteoros, telescópios ou outros equipamentos especiais não são necessários para observar Eta Aquarids. É melhor visto a olho nu. Para muitos é um espetáculo inesquecível, diz Justino.
Teoricamente, até 50 meteoros podem ser vistos por hora – mas isso depende das condições atmosféricas e climáticas e da posição ideal do observador.
Nos centros urbanos, esse número deve estar entre cinco e dez. De qualquer forma, é quase certo que você verá alguns meteoros voando pelo céu, diz Julio Lobo, astrônomo do Observatório Municipal de Campinas.
Tilt separou algumas dicas para aumentar suas chances de ver uma “estrela cadente”:
- Torça por um céu sem nuvens. Procure um lugar com pouca luz, como uma varanda ou quintal. Quanto menos poluição luminosa, mais chances de observar mais meteoros.
- Fique confortável. Sente em uma cadeira (de preferência uma reclinável ou de praia), proteja-se do frio e evite usar o celular (para não se distrair ou ter a visão ofuscada pela claridade da tela).
- Tenha paciência. Nossos olhos demoram cerca de 20 minutos para se acostumar com a baixa luminosidade e a diferenciar o brilho dos diferentes corpos celestes (estrelas, planetas, meteoros).
- Olhe para o leste (onde o Sol nasce) a partir das 2h, quando estará nascendo a constelação de Aquário. Ela estará abaixo do planeta Saturno.
- Este é o radiante da Eta Aquáridas; ou seja, os meteoros vão aparentar convergir nela. Mas não fixe a visão ali, eles podem surgir de qualquer ponto ao redor.
- Um software de observação dos céus (como Stellarium, Star Walk, Star Chart, Sky Safari ou SkyView) podem te ajudar a encontrar a constelação.
- Observe atentamente e espere pelos meteoros. O melhor momento de observação é partir das 4h, quando o radiante estiver mais alta no céu. Os meteoros poderão ser vistos até o amanhecer.
- Faça um pedido a cada “estrela cadente” vista, como manda a tradição.
- Se não der certo hoje, observe também nos próximos dias. A Eta Aquáridas continua ativa até o final do mês, com cada vez menos meteoros. Até sábado, ainda estará bem intensa.
- Com uma câmera em modo de longa exposição, é possível fazer belas imagens dos rastros dos meteoros, como os registrados em Santa Catarina.
Cometa Halley
Eta Aquarids ocorre todos os anos no início de maio, quando a Terra em seu movimento de translação ao redor do Sol cruza a órbita dos cometas, onde um rastro de detritos e poeira flutua – que caiu sobre milhares em passagens anteriores de Halley é , talvez milhões de anos.
Quando entram em nossa atmosfera em velocidades muito altas (cerca de 70 km/s), eles queimam e evaporam por atrito, deixando um lindo – e inofensivo – rastro luminoso.
Nosso planeta cruza a estrada do cometa duas vezes por ano em dois pontos diferentes. Também é responsável pela chuva de meteoros Orionid (na constelação de Orion) que vemos todo mês de outubro, quando a Terra completa a segunda etapa de sua órbita.
Halley visita nossa região do sistema solar a cada 74-79 anos. É o único cometa regularmente visível a olho nu. E isso nos dá boas – e brilhantes – razões para lembrar dele todos os anos, mesmo quando ele está longe.
