Especialistas americanos descartam integração do Brasil em cadeias de valor

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em 7 de dezembro de 2022

Fontes americanas que ouviram falar da CNN Brasil avaliam o ambiente de negócios no Brasil como muito desfavorável

Especialistas americanos descartam integração do Brasil em cadeias de valor

Fontes americanas que ouviram falar da CNN Brasil avaliam o ambiente de negócios no Brasil como muito desfavorável.

Um dos temas do encontro entre o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva e o assessor de Segurança Nacional dos Estados Unidos, Jake Sullivan, na reunião desta segunda-feira (5), em Brasília, foi o deslocamento de parte das cadeias de valor industrial de bens da China para o Brasil em para abastecer o mercado americano. Especialistas americanos não veem chance para isso.

Fontes americanas que ouviram a CNN consideram o ambiente de negócios no Brasil muito desfavorável, e o país está mais longe dos Estados Unidos do que outras opções de friend-shoring e near-shoring – a construção de instalações de produção em países amigos ou próximos.

Uma advogada americana cujo escritório em Washington tem grandes clientes que fazem negócios com o Brasil deu um exemplo. Uma empresa americana para a qual ela trabalha enviou um produto que estava retido na alfândega do aeroporto de Guarulhos porque não correspondia totalmente à descrição do manifesto, o documento de importação.

A detenção em si seria com outros países não acontecendo ela disse, porque as discrepâncias são irrelevantes. A empresa recorreu e a Fazenda Nacional passou a cobrar uma multa que aumentou com o decorrer da retenção.

Mesmo quando a empresa concordou em pagar a multa, não pôde mais retirar o documento conforme havia apelado. . O drama durou dois anos e a multa aumentou significativamente, resultando em prejuízos para a empresa, diz o advogada.

As empresas dirão: “Por que devo mover cadeias de valor para um país complicado e distante como o Brasil quando posso fazê-lo em ambientes de negócios mais acolhedores e mais próximos dos Estados Unidos?” prevê o especialista.

Um diplomata americano, que trabalhou no Departamento de Estado nos governos republicanos de George W. Bush e Donald Trump, acredita que essas viagens devem ser priorizadas para países latino-americanos que já possuem acordos de livre comércio com os Estados Unidos, como México e Colômbia. Não há ambiente político para novos acordos de livre comércio nos EUA, e o governo Lula também não parece inclinado a fazê-lo, analisa o diplomata.

Ela esteve envolvida na decisão do governo Trump de permitir a adesão do Brasil a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) em outubro de 2019. Segundo o diplomata, foi uma decisão pessoal de Trump atender ao pedido do presidente Jair Bolsonaro.

No entanto, a medida encontrou forte oposição de altos funcionários do comércio, que acreditavam que o Brasil estava longe de atender aos padrões da OCDE. A oposição de Lula e do PT às reformas, disse o diplomata, torna essa distância ainda maior.

Segundo essas fontes, a área com maior potencial de cooperação entre os dois governos é a mudança climática, presidente Joe Biden. Nesta área, os americanos reconhecem que ainda há um caminho a percorrer. Pelo menos enquanto os democratas estiverem no poder nos EUA.

Fonte pesquisada: https://www.cnnbrasil.com.br/business/especialistas-americanos-descartam-integrar-o-brasil-as-cadeias-de-valor/

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